segunda-feira, 8 de março de 2010

Do Portal Luis Nassif

08/03/2010 - 19:30


Trivial de uma grande mulher

Março, mês da mulher
* Publicado por Luiza

Deixando de lado todo apelo comercial que envolve a data, esse ano o mês da mulher tem significado especial, pois pela primeira vez em nossa história uma mulher, Dilma, tem grandes chances de vir a ser a Presidente da República.

Assim, como uma outra mulher, Marina Silva, candidata-se como alternativa política.

Mas, vou abrir esse mês com a história de uma outra grande mulher, Aracy Guimarães Rosa:

A companheira de João Guimarães Rosa no período mais criativo de sua vida foi também responsável pela salvação de centenas de vidas judaicas durante a Segunda Guerra Mundial. Burlando as leis do Estado Novo, ela conseguiu vistos para refugiados judeus, que assim puderam entrar no Brasil.

“A Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro”. Com esta epígrafe, começa um dos maiores fenômenos da literatura mundial, Grande Sertão: Veredas, a obra-prima de João Guimarães Rosa. No entanto, ao se comemorar, no ano passado, os 50 anos da sua publicação, pouco se falou sobre esta mulher. Mas haveria motivos de sobra para manter viva a chama da memória de Aracy – ainda que ela não tivesse sido a companheira de um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.

Dona Aracy, como é chamada, salvou judeus na Alemanha nazista, enfrentou as leis anti-semitas do Estado Novo, e ainda escondeu perseguidos políticos durante a ditadura militar brasileira. Enfrentou, portanto, nada menos do que três regimes autoritários, conhecidos por sua violência inclemente. Em Hamburgo, no final da década de 30, como funcionária do consulado brasileiro, ajudou refugiados judeus a saírem da Alemanha, conseguindo vistos para centenas de pessoas, apesar da lei que proibia a entrada de imigrantes judeus no Brasil. Por isso, ganhou homenagens nos Museus do Holocausto de Jerusalém e de Washington e é conhecida pela comunidade judaica de São Paulo como o “Anjo de Hamburgo”.

Depois, já na década de 60, escondeu em seu apartamento de Copacabana o cantor e compositor Geraldo Vandré, perseguido pela ditadura militar, depois do AI-5. Bonita, culta e corajosa, não deve ter sido por acaso que chamou a atenção de Guimarães Rosa.

Aracy tinha certamente algo de Hannah Arendt, a extraordinária filósofa judia alemã, autora de Origens do totalitarismo e A condição humana, e que fez da própria vida um ato de luta contra o totalitarismo.

Praticava aquilo que os alemães chamam de “amizade combatente”: atuava a favor do amigo, sem esperar que este lhe pedisse ajuda.

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Autor: luisnassif - Categoria(s): História
Tags: Aracy Guimãres Rosa, Estado Novo, Geraldo Vandré, Segunda Guerra Mundial

Nosso dia

Olá mulheres

Apesar das propagandas de lingerie em referência ao dia da Mulher, não devemos esquecer essa data. Sempre que dia 8 de março chega ouço comentários de colegas dizendo que deveria haver dia do Homem. Mas nós sabemos que, além da data marcar o incêndio na fábrica têxtil nos Estados Unidos, ainda é um dia para lembrar que temos condições diferentes em função de nosso sexo, o que parece absurdo nesses tempos, mas que são sentidas no nosso dia a dia. Parabéns a todas!

sábado, 6 de março de 2010

Começar de novo, e contar contigo...

Então, vamos lá para mais uma tentativa de ativar o blog...